sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Desleal idade

depois de velho
antes criança
descobri:
ser desleal
tem i dade

sábado, 5 de janeiro de 2008

Zé colmeia

esses dias quiz beber muito, estou tão alcoolatra, resquicios do solene elétrico homem que lambe até copo de boteco. Como um bale, a dança cega da lingua desesperada sobre o copo. O cheiro de sardinha penetrante penetrado sai como um gênio da lampada, ou, do copo magico. Senti um gosto de esponja com sabão de coco, ou sardinha com esponja, ou sabão com sardinha.Este cheiro sem procedencia concedeu me tres desejos,porem limitados; estariam todos eles dentro do recinto, do universo, do mundo paralelo dos encantos e sabores inusitados contidos na magia celestial de um botequim. Na hora fiquei confuso, o cheiro penetrante rasgava minha narina, nao sei se era da urina do banheiro, da fritura com gordura escura, ou da mistura da cerveja que havia caído com sujeira e acumulo de excretas no ralo. A televisão ligada nos programas convencionais, o radio na mesma altura nos programas que agradam a todos nos; nos que sofremos os mesmos problemas e que pertencemos a mesma classe. Aquilo tudo dizia muito sobre mim, os programas de radio e tv sabem onde estão as dores e lamentos, ficam ali,na esquina de um amor mau curado com um gole de dreher. Voltando aos desejos. Que pedir? sei la, me ve um torresmo grande , torto, gorduroso, -não!, aquele ali, o menos saudável.O outro foi um maço de qualquer cigarro,-não, aquele ali, o de filtro amarelo, sem muita propaganda.O ultimo foi uma dose de qualquer coisa misturado com coisa alguma. Sentei e degustei com muito prazer cada pedido.Ao meu lado estavam: um santo antonio, meia duzia de biscoitos amarelos pendurados, azeitonas, progagandas de cerveja sem durex, um radio, um caça niquel; juntamente com aquele cheiro encantador de um amibuente confuso mas que dizia muito sobre mim e juntava pessoas que queriam algo ao encostar no ja embaçado balcão que me contenta e que guarda muito prazer a minha pessoa. Meio tonto, e embrenhado,fisica e espiritualmente, saí do estabelecimento, no qual provocou uma ruptura de aurea,ou seja, sai para a rua e senti uma espécie de calma ainda virgem. Era a manha, ainda não tão trabalhada e "confusada", pedindo para ser respirada e usada. Andava e saboreava um conto meio que moderno. Andava e ouvia o movimento próprio de uma padaria, ainda em silencio, escutava o som dos freezeres em um tom surdo e constante.As pessoas que iam descabaçar a manhã com suor passavam e diziam sons monossilabicos;uma bolsa media sobre o ombro guardava possivelmente: um pente, uma colonia,uma camisa e um boné de propaganda eleitoral, surradas, de tanta labuta.Ainda cabia no bolso menor um pouco de esperança. Senti na porta de casa, um desejo e um sentimento que lembrava uma infancia. No silencio e no tic tac do relogio da cozinha e no cheiro de cafe recem-passado, um pão com manteiga na companhia de um escuro amargo.Objetos conhecidos, arrumação de uma decada, aquilo tudo me dava segurança e paz. Deitei na cama e senti o prazer dos tres movimentos: o do bar, o da rua, e o da casa. E deitado sobre a cama, percebi o caminhar diferente de um dia inteiro, foi a partir dai, que o dia nunca mais foi inteiro.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Manoel de Barros

Há muitas maneiras sérias de nãodizer nada,mas só a poesia é verda-deira.(Manoel de Barros)

Meio que a esmo

Tento forçar escrever

o que nao quer sair

este poema é um suspiro

perto do quero falar


poema incompleto

cheio de meio sentimento

que não serão por menos

menos

verdadeiros

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

sem titulo

poesia é escarro
poeta que fuma e produz
pigarro
E lá vem ele vivendo e produzindo
materialmente sentimentos
na labuta do oficio arduo
sereno
despreocupado de ser
poeta

Eureca